Adotar deve ser sempre um ato de amor, mas, acima de tudo, um ato de responsabilidade, pois todos sabemos que os animais não vivem só de comida. Eles precisam de cuidados como castração, vacinação e, principalmente, de atendimento veterinário sempre que for necessário.
Já falei aqui diversas vezes, mas é importante repetir: os animais são seres sencientes, ou seja, tem sentimentos e, acima de tudo, sentem dor!!!
Dito isso, é fácil perceber a grande dificuldade que nós protetores temos em doar animais adultos, idosos e especiais. Diferentemente do que as pessoas pensam, adotar animais adultos tem inúmeras vantagens: já sabemos o porte, o comportamento e a adaptação é mais rápida na nova família.
Na maioria das vezes, a introdução de um novo cão é mais simples do que se pensa. Posso dizer por experiência de todos os meus cães e gatos que já adotei, a maioria foram animais adultos que, com muito cuidado, paciência e amor, se adaptaram e vivem em harmonia. Os cães, por terem uma personalidade diferente dos gatos, tem adaptação mais rápida. Os gatos precisam de tempo para recepcionar o novo integrante à família felina, mas, geralmente, depois de alguns dias e uns “fuz” eles aceitam muito bem o novo integrante.
Se os adultos são mais difíceis para doar, imaginem os idosos e os especiais. Com isso, temos em nossas casas esses animais que são tão incríveis quanto todos os outros. Como vocês sabem, eu tenho três especiais: dois gatos e um cão – o gato Pedrinho que, por causa de um tiro de chumbinho, paralisou parte de uma pata traseira e não consegue fazer as necessidades sozinho; a Lia, uma gatinha que perdeu uma das perninhas dianteiras e o cão Pernudo, um galgo que retirei do CEMPRA, que é cego.
Todos têm uma vida normal, apesar das peculiaridades de cada um. Pernudo adaptou-se bem e conhece cada pedacinho da sua casa. Ele sabe quando o carro está na garagem e que ali tem algo que o impede de ir livremente até o portão, mas ele sabe que tem todo o restante do jardim para passear e se divertir. Junto com ele vive a Preta, uma cadela idosa, que também retirei do CEMPRA com tumores. Ela operou e, lógico, não voltou para o CEMPRA. Está comigo há quase dois anos e vive muito bem.
Temos tantas histórias incríveis de animais especiais: tivemos o Cookie, que foi resgatado quase morto, com uma das pernas destroçadas, teve que amputar essa perna e hoje está irreconhecível, gordinho e correndo livremente no lugar maravilhoso que ele mora.
Se você tem condições, dê uma chance para esses animais, seja ele adulto, idoso ou especial. O amor e a gratidão deles é o maior presente que você receberá.
Adriana Palladino.
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