Sei que pode parecer pessimismo, mas precisamos entender que estamos diante de uma nova realidade em relação aos efeitos climáticos e à forma de amenizá-los.
Agora é momento de buscar alternativas, sendo que muitos países ao redor do globo que sofreram com enchentes já encontraram soluções eficientes para minimizar os impactos.
Vamos pensar na Holanda, por exemplo: 26% do país está abaixo do nível do mar; o país tem um sistema de diques de 22 mil quilômetros. Claro que, além disso, eles estão constantemente de olho nas mudanças climáticas e de que forma isso pode afetar a vulnerabilidade daquele país.
O Japão tem o maior sistema de antienchentes do mundo: um sistema de túneis de concreto e tanques de água pressurizada que possui 50 metros de profundidade e mais de 6 quilômetros de extensão e se conecta em 5 pilastras de coleta, um investimento de mais de 2 bilhões de dólares.
Outra solução muito interessante usada por vários países como China, Estados Unidos e Alemanha são as cidades esponjas, que têm sistema de drenagem sustentável e foram desenvolvidas para absorver um grande volume de água.
O chinês Kongjian Yu, hoje um dos maiores arquitetos do mundo, é o criador do conceito e já projetou mais de 70 cidades esponjas na China. Segundo Yu, os três principais pontos desse projeto são: reter a água assim que ela cai do céu, diminuir a velocidade dos rios e adaptar as cidades para que elas tenham áreas alagadas.
Já na Coreia do Sul, um projeto de “Cidade Flutuante” está em desenvolvimento. Nesse caso é para conter o aumento do nível do mar. O projeto será realizado na cidade de Busan, no sul do país.
Nós precisamos começar de alguma forma, seja com telhados ecológicos, criando reservas florestais nas margens dos rios, ou quem sabe investindo pesado em cidades esponjas para combater essa triste realidade que insiste em se repetir. Precisamos buscar projetos e adequá-los a nossa realidade o quanto antes para que esse quadro trágico não se repita ou, pelo menos, possa ser minimizado.
Adriana Palladino
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