As chuvas que culminaram na enchente histórica no Rio Grande do Sul tiveram um volume muito alto nas últimas duas semanas no caso de Cachoeira do Sul. Embora tenha sido uma das cidades menos atingidas da região centro se comparar ao nível de estragos das demais, Cachoeira registrou um volume total oficial de 577 milímetros de chuva, conforme balanço oficial a Estação Meteorológica do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), localizada na Estação Regional de Pesquisa da autarquia na Barragem do Capané, no período entre 26 de abril e 13 de maio.
No entanto, em pluviômetros em demais localidades do município, os registros são ainda maiores, com acumulados que ultrapassam os 700 milímetros de chuva durante esse período. Essa diferença é comumente possível, já que alguns locais pode receber mais volume de chuva do que outros. A chuva iniciou levemente no dia 26 de abril, choveu no dia 27, não choveu no dia 28, voltando no dia 29 de manhã cedo com a maior força registrada, permanecendo por três dias ininterruptos, ou seja, até a noite do dia 1º de maio, chovendo sem parar e com muita intensidade. A chuva retornou no dia 3, choveram mais alguns dias, perdurando até esse domingo, 12, mas sem comparar com a intensidade que foram aqueles três dias principais que juntos foram responsáveis por mais de 400mm.
Todo esse volume somando com a vazão de barragens e afluentes da região culminaram na maior enchente que o Rio Jacuí já registrou em Cachoeira, deixando inclusive a Ponte do Fandango submersa quase totalmente, nunca antes registrado. O maior nível registrado foi no dia 4 de maio, um sábado, quando o Rio Jacuí alcançou a marca de 28,48 metros, ou seja, mais de 10 metros acima do nível normal que é de 18 metros.
O resultado foi alagamentos em grandes proporções em áreas nunca atingidas anteriormente. Até então a maior enchente da história registrada na cidade havia ocorrido no ano de 1941, coincidentemente quase na mesma data, quando o Rio Jacuí chegou à marca de 26,53 metros. Dessa vez foi 1,95 metro a mais.
Mais de 3 mil pessoas chegaram a ficar desabrigadas, tendo que abandonar as suas casas em regiões como os bairros Cristo Rei, Aldeia, localidade da Ferreira, sem falar da imensidão de água em balneários muito frequentados e que são símbolos de Cachoeira, São Lourenço, Irapuá e outros, que inclusive contam com residências. Agora se encontram devastados.
A boa notícia é que o Rio Jacuí segue baixando gradativamente e se encontra estabilizado nos 23,3 metros atualmente.
FRIO E MAIS CHUVA
Na noite desta segunda e madrugada de terça-feira, Cachoeira já pôde sentir o frio previsto para essa semana. Uma massa de ar fria e seca está provocando queda da temperaturas e possibilidade de chuva na próxima semana. O alerta laranja do Inmet sobre a queda de temperatura atinge 100% do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e boa parte do Paraná (noroeste, sudoeste, sudeste, nordeste e centro-sul do estado), além do centro-sul do Mato Grosso.
As mais baixas temperaturas no Rio Grande do Sul ficam entre 0°C e 5°C no centro-sul e na Serra Gaúcha.
A nova massa de ar frio deve tornar a quarta-feira, 15, o dia mais frio deste ano no Rio Grande do Sul. Há previsão de geada ao amanhecer na Campanha, no Planalto e na Serra, informou o site de meteorologia Climatempo.
Apesar do frio, as chuvas e a nebulosidade devem dar uma trégua no Rio Grande do Sul neste início de semana. O Rio Grande do Sul tem sofrido com as consequências dos temporais que caem no estado há duas semanas. No entanto, as autoridades gaúchas alertam a população para o risco de novas enchentes, principalmente na região metropolitana de Porto Alegre, e para a iminente queda de temperatura.
A volta da chuva está prevista para quinta-feira (16) em diversas regiões do Estado.
Imagem: Arquivo.
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