Caramelo ganha microchip que permite a identificação no Hospital Veterinário da Ulbra
- Da Redação
- 25 de jun. de 2024
- 3 min de leitura
O cavalo Caramelo, que virou símbolo da resiliência dos gaúchos no enfrentamento às enchentes de maio, agora possui um microchip. A tecnologia permite a identificação do animal, fornecendo um número que ele levará consigo para sempre, com os seus dados de cadastro, além de outras informações que vão facilitar o reconhecimento. O procedimento, realizado no Hospital Veterinário da Ulbra, vai se repetir com os outros equinos do campus Canoas, assim como com cães e gatos, durante as castrações que estão sendo realizadas pela Universidade com animais de abrigos.
De acordo com Thiago Müller, médico veterinário da PetLink, empresa parceira da Universidade nas aulas práticas, o microchip é uma maneira de individualizar o animal. “Assim como nós temos o RG, um animal pode ter um microchip. A gente insere, por meio de uma seringa, e, a partir disso, ele vai ter esse pequeno dispositivo dentro dele. Vamos garantir segurança e responsabilidade tutorial. O microchip permite dar uma ‘voz’ ao animal, com isso ele consegue ‘explicar’ quem ele é”, detalha.
“O Caramelo tem uma pelagem muito comum, que é essa pelagem tostada. Mas agora ele tem um número que é só dele e fica mais fácil diferenciá-lo dos demais. A identificação vai para uma plataforma, para um banco de dados, e assim a gente consegue identificá-lo ao longo da vida”, ressalta o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Ulbra Canoas, Jean Soares.
O microchip
O microchip é implantado por meio de uma injeção subcutânea ou intramuscular e contém um número único para identificar o animal, que pode ser lido por um scanner. Com essa numeração, é possível acessar, em uma plataforma de dados, as informações do tutor (nome, endereço, contato) e do animal (nome, chip, espécie, raça, sexo, cor, medicações diárias, condições de saúde, vacinas e características especiais). Os três primeiros dígitos indicam o fabricante do material, detalhe que auxilia na busca. Conforme Müller, o método evita modificações no corpo, como se faria com brinco, tinta, tatuagem ou outro método de marcação. “É uma forma de identificação muito rápida de se fazer, muito simples e pouco invasiva”, explica.
Os estudantes do curso de Medicina Veterinária da Ulbra já estão acostumados com o procedimento. Conforme Soares, a PetLink participa regularmente das aulas para falar sobre o método e seus benefícios. “A microchipagem ainda é um processo pouco conhecido, que gera dúvidas nas pessoas. Mas é um método de grande importância, com uma série de benefícios. Por isso, incentivamos esses procedimentos em nossas aulas práticas. Essa é uma tecnologia amplamente utilizada em países desenvolvidos e é fundamental para o controle e a gestão da saúde pública como um todo”, ressalta.
As consequências da enchente
A enchente que atingiu o Rio Grande do Sul em maio deixou mais de 500 mil pessoas desabrigadas. Em consequência, o número de animais perdidos de seus tutores, somados aos que já viviam na rua, chegou a quase 20 mil, metade disso em Canoas. A tragédia colocou em evidência a importância da posse responsável. “Essa crise climática acabou trazendo esse tema para a discussão. Quando um animal possui tutor, mas escapa e nunca mais aparece, nós temos um problema sério de animais errantes, que acabam se multiplicando facilmente, causando descontrole populacional, transmissão de doenças e possíveis acidentes”, destaca Soares.
Quem faz a microchipagem do seu pet está tendo um cuidado maior com o seu animal. No entanto, é importante ressaltar que a identificação não é um GPS, e sim uma forma de consultar os dados do pet. Para o coordenador, é fundamental termos uma gestão da população dos animais de uma forma geral. “A enchente trouxe à tona um problema sério, e temos a oportunidade de tentar reverter isso nos próximos anos. Esse é um trabalho de longo prazo”, afirma Soares.
Os microchips também são comercializados no Hospital Veterinário da Ulbra.
Para saber mais sobre os pets que estão nos abrigos, clique aqui.

Imagem: Reprodução.
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