Danúbia Cremonese | Infantilização X Adultização: você está pronto para pagar essa conta?
- Lenon Quoos

- 24 de ago.
- 2 min de leitura
Recentemente o influenciador digital Felca denunciou um vídeo funk, no qual a presença de uma criança aparece dançando a música cercada de contextos não apropriados, alertando ao mundo sobre o quanto a adultização das crianças é algo que não pode ser naturalizado e negligenciado em nossa sociedade.
Por adultização entende-se:
distanciamento da criança do mundo infantil para inserção precoce no mundo dos adultos. Os efeitos disso são um desastre para o futuro emocional desse ser humano, como: sexualização precoce, maior risco de abuso, problemas de auto estima e insegurança, desenvolvimento emocional prejudicado, ansiedade, depressão e dificuldades de socialização.
Somado a isso, vimos na última semana uma professora agredindo uma criança de apenas 4 anos com uma pilha de livros. Outro dia, um pai joga o próprio filho pela ponte para “se vingar” da ex. Além disso, a Unicef apontou uma pesquisa assustadora onde em cada 8 minutos uma criança é abusada no Brasil, geralmente por familiares próximos, dentro da própria casa.
Violência, abusos, influência para a adultização, negligência digital com os pequenos e tantos outros fatores estão comprometendo o futuro e a saúde física e emocional das nossas crianças. Qual a razão desse desequilíbrio? Quem cuidará das nossas crianças? Qual será o futuro delas? Qual o custo disso para cada um de nós e a sociedade?
Talvez você pense que tudo já está perdido mesmo, mas eu te empodero a pensar que todos temos responsabilidade sobre tudo isso, pois o primeiro sistema que deve ser bem sucedido deve ser o familiar. A questão é que, quem deveria estar colocando ordem no sistema familiar, os adulto(a) muitas vezes estão na outra ponta do iceberg, vivendo o inverso, a infantilização. Essa por sua vez, é quando o adulto possui o desejo de viver na dependência e imaturidade e se abstêm da responsabilidade de fazer o que precisa ser feito para dar direcionamento a sua vida e do seu sistema familiar. Na visão sistêmica, essa é uma ótima maneira de se vingar dos pais, decidir não crescer e não dar certo na vida.
A infância é o chão no qual caminharemos a vida inteira. Nesse sentido, pessoas machucadas e feridas projetarão as mesmas dores nas relações do seu atual sistema. Mas isso pode acabar aqui, desde que você assuma o lugar de adulto(a) onde o primeiro passo é tentar reconhecer que precisa de ajuda para se curar, buscar terapia para liberar a si e toda sua linhagem. Afinal, se você não tinha essa informação agora tem, então está mais do que na hora de crescer, corrigir sua rota e parar de gerar danos nas relações.
Por fim, todo exagero e excesso esconde uma falta. É preciso coragem e maturidade para agir como adulto e fazer o que precisa ser feito, pois crianças reagem e recebem enquanto adultos agem, fazem dinheiro, cuidam da sua saúde física, mental, espiritual, se relacionam e por fim são exemplo do que ser e fazer, protegendo quem precisa. Adultos colocam limites amorosos em seus filhos como pais e não como amigos, não temem a desaprovação ou validação, pois entenderam que estão no comando de fazer o que é o certo hoje, para não pagar essa conta incalculável amanhã.
Danúbia Cremonese.


















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