Neste belo mês das crianças, vamos lembrar: todos têm direito à educação; todavia, como vivemos em um país onde o sistema educacional sofre de graves deficiências, o que impera é a ignorância. Infelizmente, ainda existe muita criança com limitação física fora das escolas e, da minoria que consegue estudar, apenas 5% chegam ao ensino médio. Isso acontece por várias razões. Em vez de facilitar, muitas vezes as direções de algumas escolas dificultam a inclusão da criança especial, alegando inacessibilidade e outros probleminhas. Por outro lado, existem escolas cujo sistema faz questão de acolhê-las juntamente com os demais alunos.
É aí que entram a obrigação e a força de vontade dos pais. Já vi muitas famílias optarem pela não inclusão escolar dos filhos. Muitos temem que eles possam ser mal cuidados ou sofrer bullying. Preocupam-se excessivamente com seus pequenos e terminam por colocá-los numa redoma. Já outros tentam esconder seus filhos por vergonha ou por achar que eles nunca terão sucesso na vida. Todas essas hipóteses estão erradas, visto que toda criança tem direito à educação e aos prazeres de uma vida normal. O estatuto da infância deve ser aplicado sem restrições, independentemente das limitações físicas de alguns alunos.
Não é saudável crescer sob um regime de superproteção. O ser humano foi feito para viver em sociedade. Não apenas as crianças acometidas com problemas físicos ou intelectuais sofrem com os reflexos da ignorância e das injustiças da sociedade; infelizmente o desamparo infantil no Brasil, e em outros países, é um problema difícil de ser superado.
Jaqueline Machado.
