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  • Foto do escritorDa Redação

Nilton Santos | A maldade nos pertence!


A maldade é uma exclusividade nossa, os humanos. A notícia de que um menino de 11 anos era mantido acorrentado em um tonel há mais de 30 dias pelo pai em Campinas, SP, para quem tem empatia, causou comoção diante da brutalidade do ato.


Sob a desculpa de que a criança era muito agitada, o pai resolveu arredar o incômodo, mantendo o filho "a ferros", como se fazia no tempo da escravidão com os negros que ousavam resistir à condição desumana a que estavam sujeitos pelos senhores seus donos, que podiam dispor de suas vidas como bem quisessem, afinal, ao contrário dos homens de pele branca, os escravos eram desprovidos de alma , brutalidade avalizada a igreja católica.


O fato vem comprovar que a brutalidade humana não encontra limites e, por mais que contra ela se lute, sempre volta em novas formas num processo infindável, infligindo de terror, sofrimento e morte em muitas das vezes. Fico imaginando como sofreu, física e psicologicamente, esta criança presa durante tanto tempo vendo o mundo por uma pequena fresta.


Como devem ter sido aterrorizantes e infindáveis as suas noites em absoluto abandono. Ao mesmo tempo é impossível entender como pôde o pai dormir sabendo que o filho, ao lado, estava acorrentado, com fome e frio e aterrorizado com tamanha maldade. Para tanto absurdo só uma explicação: a maldade humana é criativa, sempre renovável, incapaz de gerar remorso, pelo contrário, para muitos e fonte de prazer.


Segundo a poetiza Raquel Free: A raça humana fere, mata, maltrata. Sem uma real necessidade. Por pura maldade, atos de crueldade! Querem saber de verdade. Acho que estão dando a vacina contra a "raiva" na raça errada! Infelizmente ela tem toda razão!


Nilton Santos

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