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Nilton Santos | Da orquestra para o heavy metal

Não sei se é impressão minha, mas sinto que as coisas estão se modificando numa velocidade estonteante, totalmente diferente de tempos anteriores, onde a estabilidade era a tônica, quando tudo se transformava com mais vagar e num sentido muito previsível. Talvez esse sentir provenha da profusão de informações que nos chega pelos meios que a modernidade nos proporciona, para o bem ou para o mal... Até pouco tempo atrás, quase como num roteiro preestabelecido, íamos vencendo etapas muito bem delineadas, quase que previsíveis.


Era estudar, cursar uma faculdade, constituir família, etapas que vinham sem muitos sobressaltos no caminho. Hoje o ritmo é frenético e em sensível e visível aceleração. Crenças, conceitos, projetos pessoais, estão em constante revisão porque a dinâmica de um mundo conectado exige de nós reciclagem constante, porque a vida não nos pergunta nada, ela vai acontecendo e temos que acompanhar o ritmo sob pena de criarmos um pequeno mundo individual que inexoravelmente nos leva ao isolamento por descompasso com tudo o que nos cerca.


Infelizmente, a nova realidade, marcada pela ferrenha competição, está nos impondo perdas consideráveis, principalmente quanto ao exercício de nos colocarmos no lugar do outro que, como eu e você, é imperfeito, o que chamamos de empatia. Evoluir é condição de sobrevivência, contudo, penso que precisamos nos reinventar, não criando algo novo, mas sim resgatando o sentimento de que precisamos uns dos outros para nos completar como pessoa, mesmo que a banda, que antes tocava música suave, de ora para outra, passou a tocar em ritmo de heavy metal.

Nilton Santos.

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