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Nilton Santos | O Planeta em Desencanto

Quando prestamos a atenção e/ou sentimos na pele os efeitos do clima, é indiscutível que alguma ou muitas coisas estão fora da ordem. O planeta está arfando, arquejando, diante de séculos de crescente desmatamento, produção em brutal e crescente quantidade e consequente despejo de lixo sob todas as formas possíveis, afinal vivemos na época do descarte. Por mais negacionista que se seja, é impossível negar que nosso ecossistema está se dissolvendo cada vez com maior velocidade e, pelo o que alguns cientistas já sentenciam, há indicativos de que o apocalipse climático é irreversível, só nos cabendo adiá-lo.


Sem querer ser catastrofista, ao mesmo tempo em que é impossível não se tocar com enchentes monstruosas, furacões, seca e temperaturas absurdas, penso que se continuarmos a violentar a natureza como estamos fazendo, a mãe terra não resistirá a tanto desrespeito e descaso, contudo, antes de desaparecer como fonte - antes inesgotável - de vida para todas as espécies, seu último pulsar será precedido pela extinção da raça humana, porque, mesmo diante de tanto desenvolvimento, fomos incapazes de absorver a sensibilidade de entender que a natureza não aceita desaforos, os devolve como um brado contra séculos de ganância praticada em nome de lucro e poder que é financiado por quem mais lucra, para construir e vender bilhões de bugigangas inúteis que carregamos em sacolas plásticas, a estão matando, ou seja, estamos matando a nós mesmos!


Milton Nascimento, ao compor Travessia, foi pontual quando disse: “A mão que toca um violão, se for preciso faz a guerra, mata o mundo, fere a terra.”. Diante do que disse o poeta, compre um violão para o bem dos seus, dos meus, dos nossos netos. A natureza agradece e retribuirá.


Nilton Santos

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