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Nilton Santos | Penso, logo existo

Não acredito em apoio incondicional ou discordância absoluta pela simples razão de que todos nós vivemos de acertos e erros. Portanto, quanto alguém tece elogios que sejam merecidos, tudo bem..., mas quando nos é só elogios, certamente objetiva tão somente ganhar a nossa simpatia por algum motivo ou interesse que talvez não seja o nosso. A crítica constante é o inverso temperado pela antipatia e o ódio, ou os dois, posto que geralmente andam de mãos dadas. Ambos os comportamentos sinalizam que algo está muito fora da ordem. Qualquer um que acesse as redes sociais constata que em termos de política, existem dois blocos:


Um acha que tudo o que Bolsonaro faz e recomenda está certo. O outro, que está tudo errado. Diante desse quadro deveras absurdo, dois universos se digladiam justamente porque a ponte da argumentação foi implodida. Obviamente que sem comunicação e muito preconceito, não se pode falar em sustentar um pensamento pela argumentação que é a capacidade de relacionar fatos como forma de expressar determinado pensamento ou ideia com objetivo de estabelecer uma discussão na qual aos interlocutores é proibido ultrapassar a fronteira dos fatos, justamente para que não se passe a desqualificar o outro pelo que ele pensa e acredita, que é o que fazem àqueles que não sustentam suas crenças em argumentos.


O que estamos praticando atualmente afronta nossa própria natureza de aprender justamente pelo descarte e acréscimo de novos conceitos pelo entendimento de que são mais aprimorados ou incompatibilidade entre o que se pensava ontem e o que pensa hoje. Quando abraçamos políticos como divindades, mesmo que não estejam sequer à altura das posições que ocupam, passando pano para todos os absurdos que cometam; que estão sempre com a razão, é sinal que algo em nós precisa mudar, para ontem...


Obviamente que não é assim. Todos os governantes, sem exceção, erram e acertam. Portanto, como seres racionais que somos, seria muito bom que ao invés de achar que tudo o que nossos governantes fizeram ou fazem está absolutamente certo ou errado, passássemos a analisar suas condutas com visão crítica, elogiando os acertos e criticando seus erros, certamente as coisas iriam funcionar melhor para todos.


Portanto, ao invés de avalizar e replicar absurdos, xingamentos e cancelamentos virtuais, devíamos fazer uso do senso crítico e praticar a argumentação. Infelizmente a prática da moda é manter posição a qualquer custo, mesmo que muitas das vezes, como presos a um personagem fictício que criamos, estejamos passando recibo de intolerante que se recusa a ouvir quem pensa de modo diferente, como se não fosse um direito do outro. Se você, por falta de coragem ou egoísmo, não se permitir mudar de opinião, irá se autocondenar a ficar parado no tempo, que, como se sabe, nunca esperou por ninguém...


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