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Nilton Santos | Todo o Cuidado é Pouco

Os riscos estão e estarão sempre presentes em nossas vidas. Podemos minimizá-los, mas é impossível eliminá-los, pois, mesmo que adotemos todas as cautelas humanamente possíveis, sempre restará o imponderável, sobre o qual não temos nenhum controle ou condição de previsibilidade. O imprevisto, como um déspota bipolar, nos governa ao seu bel prazer, pois. sem nenhuma a cerimônia, toma nossa mão para um passeio no céu ou para um tour no inferno.


A história registra inúmeras situações em que nosso descuido ou soberba desdenhou dos riscos, o que em certos momentos nos cobrou alto preço. Um dos exemplos mais marcantes é o naufrágio do Titanic, apregoado como insubmersível; àquele que, como teria dito um dos seus marinheiros a uma passageira antes do terrível desastre: "Nem Deus poderia afundar!".


O colosso, contrariando todas as expectativas, hoje repousa no fundo do oceano assombrado por mais de mil e quinhentas almas... A sabedoria popular sentencia que não podemos dar chance ao azar, mas mesmo com todos os cuidados, santinhos na carteira, figas, sal grosso e amuletos da sorte, sempre restará uma fresta para ele entrar e fazer a sua obra.


Passageiros do destino que somos, muito pouco podemos fazer a não ser contar com o acaso favorável que chamados de sorte. Apesar dos nossos esforços, vida continuará sendo uma grande ironia, pois a sorte de hoje pode se transformar no azar de amanhã e vice-versa. Portanto, todo o cuidado é indispensável em cada passo como nos ensinou o poeta: "Nesses dias que temos pela frente. A qualquer hora um napalm pode lhe acertar". Que o acaso nos proteja, estejamos distraídos ou não...

Nilton Santos.

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