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Presidente da AMA, Bruna Azevedo, afirma que "não tem o que celebrar" no Dia do Orgulho Autista

Foto do escritor: Da RedaçãoDa Redação

A presidente da Associação Municipal dos Autistas (AMA) de Cachoeira do Sul, Bruna Azevedo, utilizou a tribuna popular na sessão ordinária da Câmara Municipal de Vereadores nesta segunda-feira, 17 de junho, para abordar sobre o Dia do Orgulho Autista, que é celebrado no dia 18 de junho em diversos lugares do mundo, data importante para promover a conscientização sobre o autismo e celebrar a neurodiversidade, valorizando as diferentes formas de ser e perceber o mundo, o que ajuda a combater estigmas e estereótipos negativos associados ao Autismo, promovendo uma maior inclusão e aceitação na sociedade.


"O principal objetivo deste dia é mudar a visão quanto ao Autismo e as suas particularidades, mostrando que não se trata de uma doença e sim uma condição. É uma data de celebração e luta de direitos, mas infelizmente não temos o que celebrar neste momento, onde há investigação na Saúde Municipal, com notícias de fraudes em atendimentos e a saúde mental colapsada. Não temos apoio, acolhimento e atendimento para Autistas. Aliás, atendimento para autistas, o que é isso mesmo?", pontuou.


Na ocasião, Bruna falou da falta de apoio por parte do Executivo. "Sabe o que me orgulha de verdade? As mães que anoitecem e amanhecem na fila do Fórum reivindicando o mínimo de condições e direitos para seus filhos, que vivem em protocolos e filas solicitando orçamentos para profissionais, e muitas levam seus filhos junto porque não existe rede de apoio. Na maioria das vezes, esse processo deve ser renovado todos os meses. E tudo isso porque as mães conhecem as potencialidade de seus filhos, pois sabem que pode se orgulhar deles. O que me orgulha mesmo é ver a força de uma mãe, já fiz mais de 100 acolhimentos nestes quase dois anos de AMA. A cada pequena conquista dos nossos filhos autistas enche de orgulho o coração de uma mãe. A evolução deles é motivo de orgulho, pois é conquistada a duras penas, pois não temos nenhum suporte, uma evolução que poderia ser melhor se tivéssemos os atendimentos necessários na rede de saúde de nosso Município", destaca.


Segundo Bruna, a AMA hoje realiza atendimentos e acolhimentos às famílias, oferecendo serviços de natação, musicalização, oficina de artesanato, neuropsicopedagogia em um local cedido por um empresário na cidade. No entanto, este lugar foi solicitado. "Venho desde abril tentando uma reunião com a prefeita Angela Schuh para expor a situação, pois em breve não teremos mais um local adequado para realizar nossas atividades, tendo em vista que a AMA está fazendo a parte que o Município não oferta. Sem nenhum recurso, venho aqui hoje clamar por ajuda, precisamos de um local para que possamos dar continuidade no nosso trabalho que tanto nos orgulha. Temos também o valor de R$ 50 mil de uma emenda destinada pelo Deputado Cláudio Tatsch em abril e que até agora não recebemos. Por fim, declaro publicamente e oficialmente a desistência da AMA na busca pelo Núcleo de Atendimento ao Autista, programa do Governo Federal que viabilizaria 1.200 atendimento, com recurso de R$ 100 mil por mês, pois não tivemos apoio nem do Executivo, Legislativo e nem da comunidade", reforçou.



Imagem: Reprodução.

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