A estimativa inicial da colheita da noz-pecã aponta para uma diminuição na produção, atribuída ao excesso de chuvas durante o período crucial de polinização e à incidência da antracnose. A avaliação é do presidente do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), Eduardo Basso. Entretanto, o dirigente revela oportunidades para o setor.
Basso salienta que na região de Anta Gorda, por exemplo, onde numerosos pequenos produtores atuam, a expectativa é de uma redução de 40%, enquanto em Santa Maria e Cachoeira do Sul, a queda estimada é de 30%. “Essas são as primeiras estimativas, indicando uma safra prevista entre 4,5 e 5 mil toneladas, em comparação às 7 mil toneladas colhidas em 2023”, destaca, acrescentando ainda que a área total plantada é de aproximadamente 10 mil hectares, com entre 6 mil a 6,5 mil hectares em produção.
“A região de Anta Gorda responde por 40% da produção, enquanto Cachoeira do Sul, Santa Maria e os Altos da Serra contribuem com os restantes 60%”, complementa.
O presidente do IBPecan enfatiza que, apesar da beleza dos pomares, a qualidade da colheita será afetada devido à influência adversa do clima na polinização e aos desafios enfrentados no tratamento da antracnose devido ao excesso de chuva. No entanto, de acordo com Basso, a notícia não é exclusivamente desanimadora, pois a abertura da colheita em Anta Gorda, coincidindo com a Festleite do município, representa uma oportunidade para promover a fruta e reverter parte das adversidades.
Basso projeta preços mais favoráveis em 2024, atribuindo essa expectativa à redução na oferta. Contudo, o presidente alerta para os problemas de produtividade enfrentados pelos produtores, citando um levantamento recente da Embrapa que revela que 70% colhem menos de mil quilos por hectare. “O IBPecan, comprometido em superar desafios e impulsionar a indústria de nozes pecan no Brasil, colabora com técnicos para oferecer alternativas que melhorem a produtividade e a qualidade, visando um futuro mais promissor e sustentável para o setor”, frisa.
Segundo o presidente do IBPecan, no cenário nacional, onde 90% da produção é consumida, há uma notável verticalização das produções. “Um exemplo é o sucesso de iniciativas como o Pecanttone, que experimentou um crescimento expressivo de 500 em 2022 para 5 mil em 2023. O alfajor também se destaca como um caso de sucesso, demonstrando a criatividade dos pequenos produtores regionais”, informa.
Um ponto crucial para a pecanicultura brasileira em 2024, conforme o dirigente, é a participação na reunião do Conselho de Desenvolvimento de Negócios entre Brasil e China, em Pequim, agendada para fevereiro. “Ressaltamos os esforços do Ministério da Agricultura para assinar um protocolo sanitário e facilitar o acesso ao mercado chinês, que absorve cerca de 80% da noz-pecã com casca em escala global”, salienta.
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