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Adriana Palladino | Racismo é Burrice!

Pedi permissão ao Fatos 24h para sair dos meus temas da minha coluna que, como vocês já estão acostumados, são sobre causa animal e meio ambiente. Mas, no mês da consciência negra, como é um tema muito caro para mim, mesmo eu não sendo negra, não poderia deixar passar essa oportunidade de falar sobre o tema.


O título da coluna é o nome de uma música muito famosa cantor Gabriel o Pensador de 2003 que denunciava o racismo, ouvindo a mesma música hoje, vemos que não evoluímos em nada!


Eu sempre fui antirracista, nunca consegui entender o que faz uma pessoa se achar superior à outra pela cor da pele. A pouco mais de um ano eu fiz um teste genético, minha intenção era saber sobre as possíveis doenças, mas, fiz a opção que tinha inclusive a ancestralidade e ali descobri o que eu já sabia, tenho quase 9% do DNA do norte da África que inclui Argélia e Egito e 13% de outras 4 etnias que incluem Nigéria e Quênia.


Sugiro a todos que possam, façam seus testes, é muito importante saber suas origens, até para podermos perceber que somos seres do mundo, que nosso DNA vem, em sua grande maioria, de vários lugares do planeta, muitos  inclusive da África!Vi esses dias num talkshow americano, um debate entre um homem que se declarava a favor a supremacia branca e uma mulher negra, ele no auge da sua petulância, aceitou fazer um teste de ancestralidade, e para a surpresa de ninguém, o homem tinha 14% de origem negra! Obviamente, o homem não aceitou o resultado e a mulher não conseguiu conter as gargalhadas diante da fisionomia perplexa do homem.


Hoje antes de escrever essas linhas, fui buscar na minha memória pessoas negras que fizeram parte da minha história, nas 2 escolas tradicionais que estudei na minha cidade natal, Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro, não me lembro de ter nenhum colega negro, nenhum professor negro também meu veio à memória.


Uma triste realidade que me fez refletir o meio em que vive e que mesmo assim esse sentimento de segregação nunca fez parte de mim, pelo contrário, se tem um ser humano que eu abomino é o racista!Minha vó era descendente de negros, uma pianista excepcional que se casou com meu avô que era tenor, eu não pude ter o prazer de vê-los encantando as pessoas com suas músicas, mas os que tiverem essa alegria diziam que eles foram feitos um para o outro. Minha vó foi um exemplo para mim, mesmo tendo convivido com ela por tão pouco tempo.


Como já disse em outro momento aqui, nós estamos nessa vida para evoluir, precisamos evoluir como pessoas conscientes de nossas origens, da nossa história e principalmente, do que podemos fazer diante de um passado sombrio de escravidão e crueldades.  É importante conhecer a história do nosso país e ver o quanto ainda precisamos evoluir para tornar o Brasil um lugar  mais justo.


Termino com uma frase de Martin Luther King Jr, a quem eu sempre admirei muito, prêmio Nobel da Paz de 1964 aos 35 anos de idade:

“Não tentemos satisfazer a sede de liberdade bebendo da taça da amargura e do ódio. “

Adriana Palladino

 

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