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  • Foto do escritorDa Redação

Nilton Santos: Menos palanque, mais atitudes


Dias de turbulência se aproximam como previsível. A pandemia, além de mortes, está causando e causará efeitos das mais diversas ordens, mas o principal certamente é o econômico em razão da limitação do trânsito de pessoas, cancelamento de eventos, consequentemente diminuição da atividade econômica que já é sentida em todo o mundo.


Tais efeitos demonstram que não estamos preparados para situações dessa natureza e, por aqui, diante do caos em que se encontra nosso sistema de saúde, as consequências prometem ser de dimensões imprevisíveis. Não falo da quota em vidas que o Corona irá cobrar nos próximos meses, mas da necessidade de nos organizarmos para que o número de óbitos seja o menor possível.


Para isso teremos que conviver com limitações do tipo: cancelamento de compromissos, isolamento em caso de contaminação etc. Mas como tudo tem dois lados, quem sabe esta epidemia sirva como lição de que precisamos de fato investir mais em saúde e pesquisa, ao invés de falar dessas necessidades somente quando se está buscando votos.


Num mundo globalizado, qualquer doença contagiosa, em pouquíssimo tempo, coloca todos em situação de risco, o que altera profundamente todas as relações humanas. Pelo que tenho lido, apesar dos catastrofistas de sempre, não existem motivos para pânico, mas precisamos, além de estrutura decente de saúde, disciplina rígida para vencer o inimigo somente visível no microscópio eletrônico.


Se não melhorarmos - e muito - as condições do setor de saúde pública, investir pesado em ensino e pesquisa e, principalmente, parar de fazer politicagem em cima de coisa séria, talvez no futuro corramos o risco de uma epidemia de proporções catastróficas. Espero que as dificuldades do momento também tragam a consciência de que saúde deve ser tratada como questão de Estado, não de palanque. Então, menos palanque, mais responsabilidade e álcool gel para garantir.



Foto: Divulgação

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