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Nilton Santos | Planejar é preciso



O planejamento é condição indispensável para o sucesso de

qualquer coisa que se faça ou se pretenda fazer. Portanto, pedindo licença

a Fernando Pessoa, assim como navegar, planejar é preciso. Toda cidade

que pretende progredir precisa de investimentos e, para isso é

indispensável projetá-lo, é condição de sobrevivência. Para tanto, um

plano diretor bem estruturado se constitui em alavanca fundamental. Sem

um bem pensado e claro conjunto de normas que disciplinem uma série

de questões relacionadas à ocupação do solo urbano objetivando facilitar,

agilizar, e atrair capitais, fica difícil, para não dizer impossível, retirar da

prefeitura o título de maior empregadora.


A Constituição define o plano diretor como “instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.”. Há pouco tempo - como sempre a duras penas -, nos demos conta de que em termos de projetos de desenvolvimento

estávamos vendo a banda passar... Nosso plano diretor envelheceu diante

de nosso olhar contemplativo, como se a dinâmica social desse um

segundo de trégua. Recentemente perdemos uma rara, portanto preciosa,

oportunidade de recebermos considerável investimento justamente

porque nosso caduco projeto básico disse não.


Ao esquecermos de atualizar a nossa visão de futuro, demonstramos não termos absorvido a lição de que investimentos não são obras do acaso, da simpatia de alguém com recursos por nossa terra. Quem se propõe a arriscar seu capital,

primeiro analisa as condições que lhe são oferecidas pois, dependendo

dos obstáculos a serem superados, talvez não valha a pena investir pois,

além dos custos e riscos do investimento, certamente será necessário

gastar tempo e dinheiro para arredar entraves legais e burocráticos - se

for possível.


Na experiência paroquial o resultado foi trágico. Esbarramos

em regras e princípios vencidos porque não acompanhamos a evolução

das coisas. O tempo transformou nossa alavanca em amarras a nos

prender num tempo passado. É hora de agir, de acordamos para a

necessidades atuais e futuras, de nos prepararmos para chamarmos

investimentos que possam esvaziar a crescente fila do desemprego, da

informalidade, da desesperança em dias melhores que a acomodação,

infalivelmente, entrega.


Nilton Santos

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