Danúbia Cremonese | Empreendedorismo Feminino: CNPJ forte começa com CPF saudável
- Da Redação
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No vibrante cenário do empreendedorismo feminino, onde a garra e a inovação pulsam em cada ideia e cada novo negócio, surge uma voz essencial que nos convida a repensar o sucesso. Não se trata apenas de construir impérios, mas de edificar uma vida que sustente esses empreendimentos e as escolhas das mulheres com saúde, leveza e propósito, afim de deixar construir legado.
O Dia 19 de novembro, dia do Empreendedorismo Feminino, surgiu no ano de 2014 pela ONU através de uma discussão sobre o papel das mulheres na economia global em 144 países, incluindo o Brasil. Uma forma de celebrar a força e a resiliência das mulheres empreendedoras e lançarmos um olhar mais profundo sobre um conceito que tem ganhado urgência e relevância é olhar para o "CPF" antes mesmo de fortalecer o "CNPJ".

Para Danubia Cremonese, empresária sistêmica que está a frente da maior empresa de sorvetes de Cachoeira do Sul, a Doce Deleite e também atua como terapeuta sistêmica de empresárias, personifica essa jornada de autodescoberta e reequilíbrio. Sua própria história é um testemunho pungente da necessidade de parar, observar e redirecionar, pois ela mesma precisou recalcular sua própria rota de 2018 pra cá largando de mão o “modo trator” para viver um feminino que empreende olhando para as demais áreas com mais saúde e leveza.
Embora focar no trabalho seja algo que se sustente por um tempo, visto pela sociedade como uma dinâmica valorosa, muitas vezes se traduz em um ritmo de trabalho exaustivo e insustentável. As mulheres vivem na prática a experiência de "usar vários crachás" como mulher mesmo, mãe, profissional, dona de suas casas, líder, filha, etc. No entanto, o excesso e a ausência de limites consigo mesmas vem de crenças infantis de falta de permissões e dificuldades em desagradar o outro. Porém, afirma ela, "boazinhas não lideram" ou a dificuldade em "dizer não e lidar com a culpa" são armadilhas que perpetuam um ciclo de exaustão e adoecimento.
Nesse sentido, ela aponta para os sintomas e condições que minam a vitalidade feminina, contribuindo para esse cenário alarmante. O acúmulo de responsabilidades, a autocrítica excessiva e a busca incessante por perfeição manifestam-se em uma série de problemas que corroem o bem-estar:
• Controle e Ansiedade: A necessidade de ter tudo sob controle gera um estado de alerta constante, resultando em altos níveis de ansiedade que afetam o sono, a concentração e a paz interior.
• Irritação e Dificuldades para se posicionar: A fadiga e o estresse crônico podem levar a irritabilidade, e a incapacidade de estabelecer limites saudáveis impede que a mulher se posicione de forma autêntica e eficaz, tanto na vida pessoal quanto profissional.
• Solidão e Dependência: O isolamento, muitas vezes imposto pela rotina exaustiva, e a tendência a se tornar dependente de validação externa ou de relacionamentos desequilibrados, fragilizam a autoestima e a segurança.
• Insegurança e Vazio: Mesmo diante de conquistas materiais, a falta de conexão consigo mesma e a sensação de não ser "suficiente" podem gerar um profundo vazio existencial e insegurança.
• Emaranhamento e Doença: Quando a mulher se emaranha nas expectativas alheias e nas pressões externas, desconsiderando suas próprias necessidades, o corpo e a mente dão sinais de esgotamento, podendo evoluir para doenças físicas e transtornos mentais, como burnout, depressão e problemas psicossomáticos.
A frase "NÃO EXISTE CNPJ FORTE COM CPF FRACO" ecoa como um mantra necessário, onde a base de qualquer negócio próspero é a saúde e o bem-estar da pessoa que o conduz, o estado interno da empreendedora é o verdadeiro motor de suas realizações.
Instituições como o Sebrae, a ONU Mulheres e diversas universidades têm publicado estudos que quantificam essa realidade, mostrando, por exemplo, que mulheres ainda dedicam mais horas a trabalhos não remunerados (cuidados com a casa e família) além de suas jornadas profissionais, aumentando a carga mental e o risco de esgotamento. Esses dados reforçam a urgência para um despertar de consciência e estabelecimento de limites pois além disso, os ambientes em que vivemos, nossas escolhas, pensamentos e emoções têm um poder imenso de moldar nossa saúde e nosso destino.
Na esteira dessa percepção, ela finaliza com uma pergunta crucial para que as empreendedoras recalculem seu modo de viver se perguntando: "QUAL É A VIDA QUE EU DESEJO TER E COMO MINHA CARREIRA E MEUS NEGÓCIOS SE ENCAIXAM NESSA VIDA. Afinal, olhar primeiro para o SER é o ponto de virada para colocar ordem e viver de fato o empreendedorismo feminino com alta performance na vida e na profissão.
Danúbia Cremonese

















