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Gaúcho lembra enchente no RS em discurso de formatura nos Estados Unidos

  • Foto do escritor: Lenon Quoos
    Lenon Quoos
  • 14 de mai.
  • 2 min de leitura

Cerca de 7,9 mil km separam o município de Lajeado, no Rio Grande do Sul, da cidade de Richmond, na Virgínia, região sudeste dos Estados Unidos. Distância que foi sentida pelo estudante Peterson Haas, de 23 anos, durante o período em que uma enchente atingiu o Rio Grande do Sul, em 2024.


No último domingo, 11, o brasileiro, natural de Lajeado, foi o orador da turma na cerimônia de formatura na Universidade de Richmond e usou o discurso para homenagear a resiliência dos atingidos pela tragédia. "Um ano atrás, minha semana de provas não foi sobre exames e prazos para mim (...) Enquanto as águas subiam, engolindo ruas e memórias, eu estava a milhares de quilômetros de distância, agarrado à esperança de que minha família estivesse segura", disse.


No discurso, o brasileiro destacou que a compaixão e a resiliência entre os gaúchos e o restante do país foram lições de vida a serem incorporadas na vida dos recém formados. "Eu queria trazer uma mensagem do que realmente importa na vida e passar essa mensagem também de resiliência (...) a primeira coisa que veio na minha cabeça foi as cheias do ano passado. Eu acho que eu nunca tinha testemunhado nada como o que eu vi no Rio Grande do Sul, a solidariedade dos gaúchos e também do país como um todo para o nosso estado", explica Peterson.


A fala de Peterson, que fez dupla graduação em Economia e Bioquímica, tomou conta das redes sociais, com mais de 40 mil visualizações em uma única plataforma. "Isso me pegou de uma forma muito desprevenida. Tinha outros momentos do meu discurso que eu estava assim 'isso aqui é um momento que é muito especial para mim e eu acho que outras pessoas vão se conectar"' , conta ao g1.


A família de Peterson é quase toda moradora de Lajeado. O jovem conta que onde os pais moram a enchente não chegou — no sexto andar em um condomínio — mas o edifício ficou cercado por água, o pai e o irmão ficaram isolados e a mãe precisou buscar refúgio em casa de familiares.


"Por sorte, minha família próxima, no caso meus pais, meu irmão, meus avós, a gente não foi afetado diretamente, embora o nosso prédio tenha sido. Mas tios, parentes, primos, foram afetados assim como grande parte da cidade onde eu moro, da região, do estado também", conta.


A escolha do discurso

O jovem conta que o discurso foi escolhido por um comitê composto por professores, funcionários e alguns membros diretamente ligados ao presidente da universidade. "Escrevi o meu discurso em duas noites, mais ou menos uns dois meses atrás. Foram duas noites que eu estava, por algum motivo, super inspirado e eu acho que, desde a primeira versão, que foi aquela que eu enviei, até a última, que foi a que eu apresentei, eu acho que eu mantive 95% do material", conta.


Após ficar entre os dez finalistas, precisou fazer uma demonstração ao vivo ao painel de avaliadores, que aprovou o texto após reação emocionada. "Sabendo que a parte do Rio Grande do Sul foi uma coisa que se destacou muito, isso tem um preço muito especial, um valor muito especial para mim também", finaliza.


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