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Hilton De Franceschi | Ambiente Inóspito

Acompanhei as discussões e a votação na câmara de vereadores, em primeiro turno, do projeto de implantação do diário eletrônico.


Não sejamos ingênuos, ainda que todos os discursos tenham sido na direção da unidade parlamentar, do respeito à vontade popular, da lógica de economicidade a unanimidade foi só nas aparências.


Alguns dos vereadores que se posicionavam no sentido de manter os privilégios da imprensa local em detrimento à vontade e necessidade da população não o fizeram por desonestidade, mas por imaturidade e medo.



Todos nós sentimos medos. O medo faz parte da construção do caráter de uma pessoa. O medo é um estado afetivo e emocional, necessário à nossa adaptação ao meio em que vivemos.


A imaturidade de uma pessoa independe da sua escolaridade ou idade, mas sim do fato de ela não ter aprendido a desenvolver reações, às vezes complexas, diante dos medos.


Eu, no lugar do vereador Marcelinho, mesmo conhecendo os porões do atual governo, teria medo em aceitar o convite feito pelo prefeito, José Otavio Germano, logo após ele ter votado contra os interesses do executivo, no caso da PELOM, para que ele assumisse justamente o cargo de maior proximidade e intimidade com o governo, a Secretaria Municipal de Governo.


Não tenho intimidade suficiente, apenas acompanho como cidadão, a trajetória política do vereador Marcelinho, mas se eu pudesse o recomendaria que buscasse informações na história sobre o real significado do presente de grego.


Todos aqueles que se posicionaram na defesa dos interesses da sociedade e por óbvio discordaram das manobras do prefeito na desesperada tentativa de aprovar um projeto absurdamente impopular, somos por ele considerados estrangeiros.


As notícias que chegam até nós são de que as visitas ao gabinete do prefeito estão restritas aos amigos mais íntimos. Para os demais o ambiente é inóspito, com características próprias de quem não tem interesse em exercer a hospitalidade. Em um lugar onde os ¨estrangeiros¨ não são bem vindos o medo é compreensível.


Eu continuo tendo medo de andar de avião, no entanto, em nenhum momento deixei de viajar porque cedo aprendi a usar o medo a favor do que acredito ser necessário e justo.


Tenham todos uma boa semana.



Hilton de Franceschi

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