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  • Foto do escritorDa Redação

Hilton De Franceschi | Omissão e Decadência

Há duzentos anos Cachoeira do Sul conquistava a sua emancipação política – a primeira cidade do Rio Grande do Sul a obter tamanha façanha - uma iniciativa corajosa e visionária das lideranças que habitavam essa província na época. Em pouco tempo a tornaram uma gigante.


Estamos pelo menos há cinquenta anos ladeira a baixo. Aqueles visionários do passado, hoje, nas profundezas das suas sepulturas, devem estar se retorcendo envergonhados, decepcionados e desiludidos.


Por outro lado, os seus evoluídos espíritos, lá do alto, certamente sofrem pelas vítimas da decadência socioeconômica da cidade. E como almas justas, nutrem desprezo pela omissão dos responsáveis. Cachoeira do Sul em 1950 tinha mais de 100 mil habitantes e reinava absoluta como uma das maiores economia do estado.



Hoje somos uma sociedade empobrecida, econômica e culturalmente. As causas e os responsáveis por essa sangria, que a cada dia nos torna, enquanto ser crítico, anêmicos, sem forças e com uma visão de futuro embaçada, são conhecidos de todos, eles têm nome e endereço.


São muitas as resistências a qualquer tentativa de mudanças. Há lideres dispostos ao enfrentamento, mas os sugadores são muitos e estão estrategicamente, como carrapatos ou sanguessugas, agarrados ao poder ou próximo dele.


As perdas acumuladas, que justificam a decadência da nossa sociedade nos últimos anos, não cabem em um livro só e para cada capitulo há um ator principal. Por conta da memória curta do que passou, vou registrar aqui dois episódios recentes:


Perdemos a sede do DAER. Quem se omitiu não foi o deputado Marlon Santos ou o presidente do PSDB Leandro Balardin, como tenta induzir parte da imprensa que os persegue. Eles deveriam ser convocados pelo prefeito, não o contrário.


A FENARROZ está agonizando. Não por culpa do abnegado Coronel Francisco, mas por descaso da administração pública que prefere a retaliação política ao interesse comunitário.


Gritar e esbravejar, em nome dos que não tem voz, apontar caminhos para quem já não enxerga mais e indignar-se pelos sem esperanças é também viver e dever de todo cidadão.


Tenham todos uma boa semana.



Hilton De Franceschi

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