Sim, não existe mágica, até mesmo por isso ninguém estava esperando por ações mágicas no início dessa nova administração municipal, agora sob o comando de José Otávio Germano. Mas o que surpreende e decepciona a todos é justamente a inércia absoluta da gestão. Até agora estamos resumidos à emoção de uma posse badalada, como se o início de uma nova era estivesse prestes a começar.
Colocar ordem na casa exige bem mais do que medidas com impacto apenas doméstico, é urgente e necessário um projeto construído pela sociedade, para atender as necessidades da mesma e abandonar as pautas impostas tradicionalmente por parte da imprensa.
Para aqueles que imaginavam uma nova Cachoeira, o sonho parece ter sido precocemente adiado. Surpreende a total falta de iniciativas que apontam na direção das mudanças que precisamos. O desânimo nas ruas já é sentido por boa parte da população e até mesmo entre os próprios eleitores do novo prefeito.
A promessa de uma gestão ágil e profissional ficou no discurso. A gestão anda em ritmo lento e cauteloso como as passadas do próprio prefeito. O profissionalismo, com resultados e repercussão apenas eleitorais, está limitado à produção de manchetes tão somente.
O prefeito festejou e, claro, virou manchete na imprensa local a chegada de uma verba de R$ 500.000 (quinhentos mil reais), recurso insuficiente até mesmo para pagar os anúncios fartamente veiculados em determinadas empresas de comunicação. Contraditoriamente, e mesmo com toda sua influência, alardeada pelo próprio candidato durante a campanha eleitoral, acabamos de perder a sede do DAER em Cachoeira do Sul e com ele incalculáveis prejuízos, sem que nada tenha sido feito pelo mandatário municipal.
O impacto financeiro e o enfraquecimento do conceito de cidade polo, a médio e longo prazo, serão sentidos pela população na forma de menos empregos, diminuição de renda e mais empobrecimento. Mas isso parece não ter sensibilizado o nosso prefeito.
O sonho de uma nova Cachoeira parece mesmo ter sido mais uma vez adiado ou definitivamente cancelado. Alguém escreveu: “ainda não há remédios para uma sociedade que fora deflorada e depois quer posar de virgem”.
Tenham todos uma boa semana.
Hilton de Franceschi
