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Jaqueline Machado | Dia das Bruxas

Vem aí o dia das bruxas. Mas quem são as bruxas?


Tradicionalmente, as bruxas são conhecidas como mulheres que celebram as estações do ano, que cultuam Deuses, especialmente as Deusas, que vivem do próprio plantio, utilizam ervas para fazer poções mágicas e curas. Elas vivem como as antigas ancestrais viviam.


Alguns historiadores dizem que a mulher, até o fim do período neolítico, isto é, há uns dez mil anos, por possuir o dom da menstruação, da gestação e da cura, era endeusada pelos homens, que não sabiam que as engravidavam. Pensavam que as gestações se davam de forma espontânea. Mas quando se deram conta que possuíam participação na fecundação de seus filhos, quiseram inverter o jogo: agora eles eram os donos de suas esposas, filhos e terras. As mulheres passaram a dever obediência e trabalhar na plantação para eles. Em seguida, os homens começaram a disputar mais territórios. E muitas guerras aconteceram. Séculos se passaram e surgiu a religião. E os religiosos, percebendo que muitas mulheres depois de invocar seus deuses e manipularem suas ervas ainda realizavam prodígios, especialmente no campo de curas de muitas enfermidades, passaram a temê-las, e para reprimi-las inventaram o “pecado”. A partir de então, a menstruação virou algo impuro. Os deuses viraram diabos, e as práticas de cura, heresias condenáveis. E caso fossem pegas mexendo em ervas, eram punidas, podendo até sofrer pena de morte.


Os episódios mais terríveis dessas perseguições às bruxas ocorreram no período da Idade Média, quando milhares de mulheres foram condenadas à morte na fogueira. Por isso, o 31 de outubro, dia das bruxas, é uma data muito especial para quem honra o Sagrado Feminino das ancestrais que morreram sentindo a pior dor do mundo, para que pudéssemos estar aqui hoje, firmes e fortes lutando por nossos direitos. Louvemos essas mulheres as quais chamo de “Marias...”  


       TRECHO DE UMA REZA CANTADA DE INVOCAÇÃO ÀS MARIAS:

                           Ela é Maria, Mariá, ela é Maria, Mariá...

                           Foi condenada pela lei da inquisição,

                           a queimar na fogueira. Viva, sexta-feira da Paixão.

                           O inquisidor rezava... E o povo acompanhava.

                           Quanto mais o fogo ardia, mais Maria gargalhava.

 



         Jaqueline Machado

 

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