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LGB sem T: homossexuais anunciam ruptura com ativismo trans

  • Foto do escritor: Lenon Quoos
    Lenon Quoos
  • 7 de out.
  • 2 min de leitura

Representantes da comunidade LGB (lésbicas, gays e bissexuais) anunciaram, no último dia 19, a criação de um movimento independente do tradicional LGBTQIA+, que também inclui transexuais, queer, intersexo, assexuais e outras identidades. O anúncio foi feito pela LGB Internacional, organização que possui representação em 18 países, incluindo o Brasil.


De acordo com o grupo, o objetivo é retomar o foco nas pautas relacionadas à orientação sexual, desvinculando-se de discussões sobre identidade de gênero. A entidade afirma defender os direitos de lésbicas, gays e bissexuais “com base no sexo biológico e na orientação sexual”, sem adotar políticas ligadas à identidade de gênero.


O vídeo de lançamento, publicado nas redes sociais da organização, ultrapassou 11 milhões de visualizações e traz depoimentos de representantes de diversos países. Entre as declarações, destacam-se frases como “os direitos dos gays não podem ser contrários aos direitos das mulheres” e “já estamos fartos de pronomes”.


A diretora da Aliança LGB Brasil, Mariele Gomes, afirmou que o movimento busca “proteger a definição de orientação sexual, baseada em sexo, e não em identidades subjetivas”. Segundo ela, “misturar as pautas LGB com questões de gênero tem provocado o apagamento da nossa realidade material e biológica”.


Origem e críticas

A LGB Internacional foi inspirada na LGB Alliance, criada no Reino Unido em 2019, que tem como bandeira a defesa dos direitos de homossexuais e bissexuais sem vínculo com o ativismo trans. O grupo também se posiciona contra tratamentos médicos de transição de gênero em crianças e adolescentes, argumentando que “jovens devem ser protegidos de intervenções irreversíveis enquanto amadurecem sua sexualidade”.


Em comunicado oficial, a entidade sustenta que a inclusão de pautas de identidade de gênero “tem prejudicado a compreensão pública sobre os direitos das pessoas LGB”. A nota diz ainda que “a associação do casamento entre pessoas do mesmo sexo com temas como linguagem neutra, redefinição de mulher e transição infantil gera rejeição e confusão”.


Reações

O movimento ocorre em meio a debates recentes sobre participação de atletas trans em competições femininas no Brasil. Em setembro, uma equipe de futebol amador de Campo Grande (MS) se recusou a disputar partida contra um time com jogadora transexual. O caso teve repercussão nacional e resultou em Moção de Apoio da Câmara de Vereadores de Campo Grande à equipe que se retirou da competição.


Outra polêmica envolveu a skatista Luiza Marchiori, que estreou na categoria feminina e venceu o Campeonato Brasileiro de Skate 2025. O caso reacendeu discussões sobre critérios de participação e igualdade esportiva.


A reportagem entrou em contato com entidades do movimento LGBTQIA+ para repercutir a decisão. A Aliança Nacional LGBTI+ não comentou a ruptura, enquanto a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) publicou nota nas redes sociais afirmando que “todo LGB transfóbico é um traidor” e classificando o novo movimento como uma “estratégia segregacionista”.

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