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Nilton Santos | A evolução que devemos buscar

A criação impôs a nós, os humanos, a obrigação de entender o que nos é muito difícil, para não dizer impossível. A incessante busca de respostas quanto ao que nos é essencial: de onde viemos, para onde vamos, o sentido da vida, se o que nos acontece é sorte ou azar, o que fazer ou fiz para merecer o de bom ou ruim que me aconteceu não produziu até hoje resultados satisfatórios, concretos.


Sem respostas e sob pesado bombardeio das adversidades, somos impelidos a acreditar em algo que torne mais leve o fardo de existir. É por aí que as religiões se criaram e continuam se expandindo vertiginosamente, ditando o que é certo ou errado, o que o seu Deus gosta ou desgosta. Enfim, o que temos que fazer para merecer à terra prometida.


A proliferação de credos se dá por um motivo bastante óbvio: a vida é dura e sofrida. Se fosse fácil para todos, acreditar nos moldes ditados pelos dogmas religiosos talvez fosse dispensável. Respeitando a crença de cada um, penso que o que nos falta não encontraremos as respostas nos livros sagrados, nos altares, nos cultos e ritos, mas sim em nós mesmos pelo exercício da ética. Não aquela que nos convém, mas a que busca estabelecer um mínimo de preceitos que deveriam ser seguidos em relação ao conjunto das coisas que nos cercam e afetam como serem pensantes e dividem o mesmo lar e necessidades que nos são elementares.


Se evoluirmos em pensamento sobre as relações humanas entre si e com a natureza, não precisaremos esperar por um milagre que caia dos céus para que as coisas melhorem muito por aqui. Se nos aproximarmos pelo respeito, pelo entender que precisamos uns dos outros e de um planeta saudável; pela crença no diálogo como a melhor maneira de se evitar um conflito, certamente evoluiremos para uma existência mais harmônica do que a ditada pelo bem e o mal que cada crença institui. Nilton Santos

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