O que somos, de onde viemos, para onde vamos, são
questionamentos desde sempre presentes na caminhada da humanidade.
A religião, a filosofia, o espiritismo e a ciência, dentre tantos outros,
procuram responde-los, sem sucesso, pois sempre precisamos de provas,
o ver para crer, e elas não existem e talvez jamais existirão. Em nosso
íntimo, quase que instintivamente, imaginamos sermos o fim em nós
mesmos e que quando passarmos dessa - que seja para uma melhor -, nos
reconheceremos assim como nossos antepassados em outro plano.
Prosseguiremos então numa versão mais avançada de nós mesmos. Penso
que somos um elo de uma corrente infinita, portanto muito menos
importantes do que nos julgamos nesse plano. Então, como parte de uma
espiral infinita, nossa missão talvez seja fortalecer o elo que irá nos
suceder nesse contínuo processo onde vida e morte se alternam e se
complementam. Partindo desse pensamento, nossa missão, antes de se
tratar de alimentar o ego, é para com toda a humanidade, buscando em
cada ato ou gesto transmitir os melhores valores àqueles que irão nos
suceder que, por consequência, devem transmitir esses valores às
futuras gerações que certamente se constituirão de pessoas mais
evoluídas.
Como ninguém sabe a resposta, que pode, segundo a teoria do
existencialismo ateu defendida por Sartre, se traduzir no simples apagar
das luzes, ninguém a nos esperar no outro lado..., mesmo assim terá
valido à pena termos feito a nossa parte em favor de uma humanidade
melhor independente do que ocorrerá – ou não – após a nossa morte.
Assim, vivendo sem respostas as mais profundas indagações, seguimos em
nossa saga guiados apenas por nossa consciência individual ou coletiva,
até que um dia quem sabe obteremos - ou não – a solução para a espera
de sabermos quem somos, de onde viemos e para onde iremos.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos de nossa história esperando
por merecer o melhor que vem da consciência de que, independente do
que irá nos acontecer, fizemos a nossa parte, o nosso melhor.
Nilton Santos