Setembro Verde: Como funciona a lista de espera por doação de órgãos e tecidos
- Lenon Quoos
- há 3 dias
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A lista de espera para pacientes que necessitam de um transplante é única, nacional, mas a alocação dos órgãos é organizada por Estado, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes. Dados do Ministério da Saúde apontam que, mesmo tendo batido recorde histórico de transplantes, com mais de 30 mil procedimentos realizados em 2024, atualmente, 78 mil pessoas aguardam por doação de órgãos e tecidos. Os mais demandados, no período, foram rim (42.838), córnea (32.349) e fígado (2.387). Já os mais implantados: córnea (17.107), rim (6.320), medula óssea (3.743) e fígado (2.454).
No Rio Grande do Sul, a maior procura é por rins (1.496) e córneas (1.165), conforme o site da Secretaria Estadual da Saúde.
Como funciona a lista de espera
O Brasil é referência mundial em transplantes e opera o maior sistema público do mundo na área. Conforme o Ministério da Saúde, em números absolutos, o país é o 2º maior transplantador, atrás apenas dos EUA. Mais de 90% dos transplantes realizados no Brasil são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante. Mas para receber um órgão ou tecido, o caminho começa com a inscrição na lista de espera nacional, gerenciada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT), vinculado ao Ministério da Saúde.
A inscrição só pode ser feita por um médico da equipe transplantadora que acompanha o paciente, desde que esteja autorizado pelo SNT. Após avaliação clínica e exames específicos, o paciente é incluído no sistema informatizado que organiza a fila de espera.
A lista é única para cada tipo de órgão e segue critérios rigorosos para garantir justiça e transparência. São considerados fatores como:
Tempo de espera
Gravidade do caso
Risco de vida
Compatibilidade sanguínea e genética (HLA)
Compatibilidade de tamanho entre doador e receptor
A distribuição começa pelo Estado onde está o doador. Se não houver receptores compatíveis locais, ou em casos de urgência, a oferta pode ser ampliada para outros estados. O sistema é monitorado por órgãos federais de controle, o que impede que uma pessoa esteja em listas de diferentes estados ou que a ordem legal seja desrespeitada.
Pacientes em situação crítica podem ter prioridade. Isso inclui:
Doentes renais sem acesso à diálise
Casos de insuficiência hepática aguda grave
Pacientes cardiopatas que dependem de assistência circulatória
A lista é atualizada mensalmente pelo Ministério da Saúde e pode ser consultada no Portal dos Transplantes, onde os pacientes têm acesso à sua posição por categoria e tipo de órgão.
A fila por um órgão é mais do que uma espera — é uma corrida contra o tempo. E cada doador representa uma chance real de vida para quem aguarda.
Fonte: TJRs

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