Adriana Palladino | O luto pela perda de um pet!
- Da Redação
- há 5 horas
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Quem, assim como eu, escolheu dividir sua vida com os animais, sabe que a dor do luto será sempre algo inevitável. Ao longo de todos esses anos eu já perdi dezenas de animais e cada um que parte leva um pedaço de mim, sendo que em alguns, por questão de afinidade, o sofrimento é ainda maior.
Existe uma crença que diz que os animais, depois que morrem, ainda ficam por volta de três meses perto do seu tutor, numa forma de amenizar sua dor e sofrimento; outra é que os animais reencarnam e voltam para sua família humana. Eu acredito nessas duas teorias e digo: já reencontrei pelo menos três nessa vida.
Quando vim do RJ para Cachoeira eu trouxe 10 gatos e 2 cães. Desses só estão comigo 2 gatos: a Blablu e o Salem. Uma das gatas que eu trouxe foi a Ratinha, nome peculiar eu sei, mas, quando eu a resgatei em frente de uma escola onde as crianças estavam jogando pedrinhas nela, ela era tão miudinha que parecia um ratinho, daí surgiu o nome.
Ratinha morreu de repente, começou a ficar mais quietinha, levei na clínica e logo depois partiu. Algum tempo depois eu recebi um pedido de ajuda: uma gata jovem, prenhe, prestes a ter seus filhotes na rua. Encaminhei a gata para a clínica e, logo depois que teve seus filhotes, levei-a para casa. No momento que vi a bichana tive um susto, pois era a Ratinha, era exatamente igual a minha que morreu, mas não foi só essa a surpresa que a Rata me proporcionou.
Rata teve 3 filhotes: 2 pretinhos e 1 amarelo. Infelizmente o pretinho morreu. Conforme eles foram crescendo eu reconheci mais 2 bichanos que já tinham partido há muitos anos.
Um deles foi meu primeiro gato: o Lailou, um gato todo amarelo que viveu pouco tempo, pois ele tinha acesso às ruas. Sem dúvida nenhuma a morte dele me ensinou a ser a gateira que sou hoje. Depois dele nenhum dos meus gatos tiveram mais acesso às ruas. O amarelinho da Rata é o Lailou que voltou, as brincadeiras, a fisionomia, a personalidade, é igual e, por isso, o nome também é o mesmo.
Mas de tudo, o mais impressionante foi o pretinho. Eu tive um gato preto chamado Nerinho. Ele foi um dos bichanos mais incríveis que conheci nessa vida. Adotei-o ainda no RJ, logo depois que o Lailou morreu. Nerinho era todo preto, tinha apenas na pontinha do rabo uns pelinhos brancos. Qual minha surpresa um dia, ao pegar no colo o filhotinho pretinho da Rata? A ponta do rabo dele tinha os mesmos pelinhos brancos. Eu brinco dizendo que a Rata, além de voltar, ainda me trouxe esses dois presentes.
Muitas pessoas podem não acreditar nessas teorias. Eu respeito, mas eu acredito. Para mim, é uma maneira de amenizar o sofrimento que muitas vezes é tão difícil de aceitar. Cada um tem uma forma de lidar com o luto, essa é a minha, só assim consigo seguir mesmo com o vazio que cada perda deixa em mim.
Adriana Palladino.
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