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Ações judiciais, troca de farpas e interesses prejudicados marcam atrito entre Jornal do Povo e Prefeito Balardin

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    Da Redação
  • há 8 minutos
  • 2 min de leitura

A relação entre o prefeito de Cachoeira do Sul, Leandro Balardin, e o Jornal do Povo, tradicional veículo de comunicação do município, vive um dos momentos mais tensos dos últimos tempos entre imprensa e Executivo. O embate, que ganhou espaço público desde o terceiro mês do atual Governo, tem origens políticas e financeiras que ajudam a explicar o atual clima hostil.


Durante o último governo municipal, do José Otávio Germano, mesmo com a aprovação do Diário Eletrônico Gratuito, o Jornal do Povo recebeu mais de R$ 1,5 milhão em contratos de publicidade institucional, valores referentes à divulgação de campanhas e ações oficiais da Prefeitura. Além disso, familiares de pessoas ligadas ao veículo ocupavam cargos de confiança no Executivo, incluindo até a ex-secretária de Planejamento — esposa do diretor do jornal.


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Com a mudança de gestão, o cenário se alterou drasticamente. O volume de investimentos em publicidade no jornal impresso e em suas plataformas digitais caiu consideravelmente, e o contrato anteriores deixou de ser renovado neste ano, de prestação de serviços de publicidade institucional. A perda de espaço político e financeiro teria sido um dos estopins da tensão entre as partes.


A situação se agravou após o jornal publicar, em sua capa, uma manchete chamando o Prefeito de “caloteiro”, em referência a uma ação do Executivo em suspender o pagamento de fornecedores da Prefeitura para uma auditoria dos contratos — entre eles, o próprio jornal, que possuía notas a receber. A publicação gerou forte reação dentro do governo e acentuou o distanciamento entre o Executivo e o veículo de imprensa.


Além disto, a Prefeitura moveu e venceu uma ação judicial onde acusou o jornal de cometer uma fakenews e obteve, em primeira instância, o direito de responsta concedido pela Justiça. O JP recuorreu da decisão para a segunda instância. Pelo lado do JP, o mesmo também moveu um processo contra a pessoal de Leandro Balardin, por calúnia quando o Prefeito, em suas redes sociais, acusou o jornal de Fakenews.


O episódio mais rescente desta troca de farpas é a matéria do JP deste final de semana entitulada "Prefeito xinga diretor do JP em via pública", gerando um BO contra Balardin. A matéria, com mais de 300 comentários no Facebook do jornal, traz neles a opinião pública sobre o relacionamento entre o tradicional veículo e o Prefeito.


De um lado, aliados do Prefeito afirmam que a postura crítica do Jornal do Povo é através de ataques pessoais e estaria motivada por "interesses" contrariados. De outro, representantes do jornal sustentam que o papel da imprensa é fiscalizar e que as críticas fazem parte da liberdade de expressão e da função jornalística, apontando Balardin como uma pessoa que não aceita ser criticado.


Enquanto o embate segue repercutindo nas redes sociais, nos bastidores políticos e na Justiça, o episódio expõe a relação entre o poder público e o tradicional veículo de imprensa — marcada por contratos de publicidade, interesses institucionais e disputas por influência na opinião pública. Neste cabo de guerra, quem perde é a municipalidade.

 
 
 
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