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Caminhoneiros se negam a pagar taxa de descarga de R$ 53,00 cobrada pela Cargil

  • Foto do escritor: Da Redação
    Da Redação
  • 7 de jun.
  • 4 min de leitura

Atualizado: 10 de jun.

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O empresário e presidente de honra da Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas (ABTC), Pedro Lopes, organizou uma reunião com 30 caminhoneiros afetados pela taxa criada pela Cargil para que os caminhões possam entrar no pátio de triagem. O porta-voz da categoria Roque Odil Xavier explica que há mais de 20 ano a marcação da nota de entrega sempre foi feita no posto Peteba, onde os caminhões ficavam esperando sem custos adicionais. "Nosso frete já está bastante exprimido e ainda querem exigir uma taxa por uma mercadoria que é deles. Isso não acontece noutras cidades”, reclamam.

Ficou determinado no encontro a criação do estatuto da associação de classe da categoria que já está em processo adiantado de regularização para que possam ser adotadas medidas judiciais mais consistentes, se for o caso. E também foi resolvido pelos caminhoneiros que haverá uma manifestação de protesto pela cobrança já nesta segunda-feira, quando se inicia a cobrança da taxa. Pedro Lopes já vem trabalhando há quase um ano na regularização do Sindicentro defender os direitos dos caminhoneiros de Cachoeira e Região, e explicou que a criação de uma associação é mais rápida que a de um sindicato, porém o resultado na prática é o mesmo: “Com a associação a categoria terá mais voz ativa para reivindicar direitos junto às autoridades. O melhor caminho é sempre o diálogo, não adianta só reclamar das autoridades, precisamos ter acesso a elas”, pondera Lopes.


Dono da DP Transporte e Logística, que funciona no Shopping Orlando, onde aconteceu a reunião, Lopes é também o principal responsável pela vinda da unidade Sest Senat que tem como objetivo principal a promoção da saúde, qualidade de vida, educação e desenvolvimento profissional para os trabalhadores do setor. Com a autoridade que quem carrega consigo vasta experiência no setor de transporte, inclusive representando o Brasil em eventos internacionais, como a recente 40ª Assembleia Geral Ordinária da Câmara Internacional da Indústria de Transportes (CIT), em Lima, no Peru, Pedro Lopes garante que “qualquer taxa deve ser paga por quem compra ou quem vende o produto. O caminhoneiro não pode arcar com essa despesa extra”, enfatiza Pedro Lopes.


Auxiliando Lopes na condução da Assembleia, o ex-procurador do município, o advogado Hélio Garcia, explicou todas as questões legais envolvendo a cobrança da taxa e disse que após contato com dirigentes de altos cargos da empresa a Cargil mostrou-se irredutível com relação à cobrança que entra em vigor já nesta segunda-feira.


“Cada caminhão, mesmo que use o pátio da Cargil por 30 minutos terá de pagar igual a taxa de R$ 53 reais para passar na triagem. Temos de achar uma solução para que esta cobrança seja cancelada ou mesmo adiada, porque da forma como foi proposta a despesa vai sair do bolso do caminhoneiro. Pelo preço médio cobrado por tonelada, cada caminhoneiro terá de deixar o equivalente a quatro toneladas para pagar a taxa se for por exemplo carregar uma carga da Pradozem para a Cargill. Fica muito pesado para os caminhoneiros”, comentou.


CONFIRA O POSICIONAMENTO DA CARGILL:

A Cargill estabeleceu um novo procedimento para reforçar a segurança durante a triagem de caminhões em Cachoeira do Sul (RS), assim como já acontece em outras unidades. Com a utilização de um pátio terceirizado, a empresa visa evitar a formação de filas e oferecer ao caminhoneiro uma infraestrutura completa que inclui lanchonete, banheiro, bebedouro, mateiro e estacionamento pernoite, mediante implementação de uma taxa única que formará o valor final do frete. Essa melhoria faz parte do compromisso da Cargill com a segurança, incluindo a de quem acessa suas unidades e a dos profissionais que atuam no local.


SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO

Participou do encontro representando a Prefeitura o advogado André Bessow, secretário municipal de Desenvolvimento, o qual tomou pé da situação na reunião desta sexta-feira e ficou de analisar o caso junto ao Prefeito Leandro Balardin para ver como a Prefeitura poderia ajudar nas negociações. “A área da FM Cavacos pertencia ao Estado e foi vendida. Portanto, trata-se de uma empresa particular, legalizada. A ingerência do município é mínima com relação a negociação feita junto ao governo do Estado. Mas, podemos atuar na fiscalização”, resumiu.


Bessow recebeu um pedido dos caminhoneiros para que intermedeie as negociações solicitando a emissão de nota fiscal e não apenas ticket como também encaminhe junto aos setores competentes para que haja fiscalização sanitária no local. “O piso é um atoleiro, já cortei um pneu, e o caminhão forceja bastante para arrancar arriscando quebra uma ponta de eixo, os banheiros são precários, não tem uma sala com sofá ou TV, o refeitório foi substituído por um ônibus que vende só lanches. A estrutura é precária, a cobrança foi de uma hora para outra, e certamente vai sair do lucros dos caminhoneiros, que já é pequeno”, falou um motorista que preferiu não se identificar.


ATENÇÃO

Nos períodos de safra os caminhoneiros relataram que chegam a passar entre 200 a 300 caminhões por dia para descarregar ou carregar na Cargil. Atualmente, cerca de 50 caminhões/dia passam pelo local. E não importa o tempo ou o tamanho do caminhão, a taxa de R$ 53 reais passa a ser cobrada de todos a partir desta segunda-feira.



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Fotos/Texto: Cristiano Lima

 
 
 

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