Ex-funcionários das Balanças Cauduro promovem protesto

Os ex-funcionários das Balanças Cauduro irão promover um protesto pacífico nesta quarta-feira, 18/03, a partir das 14h30, em frente ao Fórum de Cachoeira do Sul, na Rua Silvio Scopel, 1220. Os trabalhadores cobram o julgamento do embargo, para o pagamento da divida trabalhista para com os ex-funcionários. Segundo os ex-funcionários, o montante gira em torno de R$ 2 milhões.

"Estamos aguardando essa decisão, muitos dos ex-funcionários estão passando por dificuldades financeiras, dependendo da ajuda de familiares para sobreviver. Queremos apenas o que é nosso de direito", afirmou um ex-funcionário.

Entenda o caso

De acordo com os trabalhadores, a promessa era de que as indenizações seriam pagas quando o prédio da Balanças Cauduro, de 5.250 metros quadrados, localizado na Avenida Brasil, fosse vendido. Porém, isso não aconteceu. O prédio foi comercializado para a Rede Super, que funciona no local desde outubro de 2016, e o valor não foi utilizado para quitar as dívidas com os ex-funcionários. O que eles questionam, no entanto, é a legalidade da venda do imóvel, já que inúmeras ações trabalhistas estavam em andamento contra o proprietário no momento da negociação.

Fábio Proença, advogado de alguns trabalhadores demitidos, afirma que o Sindicato dos Metalúrgicos de Cachoeira do Sul foi alertado há cerca de quatro anos. No entanto, os funcionários se sentiram intimidados com a possibilidade de perderam seus empregos e, por isso, a associação não tomou nenhuma providência coletiva sobre a situação.

“Sempre compreendo as razões dos trabalhadores que preferem não mover ações por medo de serem demitidos. E naquela época, apesar de alertados, essa foi a decisão do Sindicato, que preferiu não se envolver e deixar que os funcionários que quisessem movessem suas causas individuais”, explica.

Segundo Proença, as ações seguem correndo na Justiça, e a principal alternativa, encontrada até o momento, é a venda do prédio da empresa Caumaq - Indústria Metalúrgica, fundada em 2002. “A Caumaq é a sucessora da Balanças Cauduro, e estamos tentando levar o seu prédio a leilão, mas sabemos que com a crise financeira que o país enfrenta, não será fácil vender um patrimônio daquele porte”, adianta.

Sobre a comercialização do antigo prédio da Balanças Cauduro, onde hoje funciona a Rede Super da Avenida Brasil, Proença afirma que o caso ainda não foi resolvido por pendências familiares. “O Judiciário já tem pedido para indicar o valor da venda do imóvel para pagar as ações trabalhistas, porque o prédio estava penhorado. Mas, no entanto, o valor só será liberado quando as pendências entre os proprietários forem esclarecidas. Infelizmente, o Judiciário não tem a celeridade que gostaríamos, e enquanto isso, os trabalhadores é que ficam esperando”, declara.

Foto: Divulgação