Hilton De Franceschi | Bafo na nuca
- Da Redação
- 20 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
É do jogo democrático. O gestor público precisa estar atento, o tempo
todo, para fazer a leitura correta de tudo que lê e ouve de críticas sobre as
suas ações ou a falta delas.
Por sua vez, o agente autor das críticas só perde a razão quando o seu
espírito vem revestido de sentimentos destrutivos, quando o desejo é de
vingança e o pensamento egoísta.
Dar um bafo na nuca do prefeito não deve ser entendido como
desrespeito, como intolerância ou ainda ser acusado de estar fazendo
oposição política partidária. Mesmo porque, quando consultamos o
dicionário, a expressão ¨ bafo na nuca ¨ significa: aquilo que estimula, que
inspira e é mais um alento do que uma crítica desabonadora, como é
recebida equivocadamente, por muitos governantes.

Quem escreve, em especial sobre política, o faz traduzindo um sentimento
coletivo vindo de segmentos importantes da sociedade. O que ele busca é
tirar os governantes da sua zona de conforto, algo muito comum aos
detentores do voto que, por essa mesma razão, tornam-se imponderados,
donos de uma verdade que é só deles. Por isso muitos preferem o
afastamento ao diálogo.
O que os autores da crítica desejam é tão somente contribuir para que o
gestor público, da sua cidade, possa alargar seus horizontes, aumentar a
velocidade de suas ações, bem como rever prioridades. Para Cachoeira, as
mudanças de atitudes são urgentes se ainda desejarmos reverter um
cenário decadente e de pobreza no qual está mergulhada a nossa cidade.
Os últimos prefeitos empacaram na ignorância do significado e dos
objetivos do bafo na nuca, preferiram navegar na mesmice a reboque dos
mesmos.
Cachoeira, que figurou por muitos anos entre as cidades mais prósperas
do estado, hoje, por conta de fracassadas administrações, amarga a
vexatória posição de número 260 no ranking estadual, quando o assunto é
qualidade de vida de seus habitantes.
Por conta dessa triste estatística, os prefeitos anteriores devem ser
rapidamente esquecidos pela população. Muitos desses gestores públicos
só serão lembrados pela foto que fica estampada na galeria dos ex-
prefeitos, o que é, convenhamos, lamentável.
E o novo prefeito: como quer ser lembrado no futuro? Qual o legado que
vai nos deixar? Obras físicas? Essas dão visibilidade, rendem votos, mas
nem sempre nos colocam no pódio.
Tenham todos uma boa semana.
Hilton De Franceschi
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