Superintendente Edson Júnior esclarece suposto desrespeito com a Defesa Civil de Florianópolis

O assunto sobre o mau atendimento para com a Defesa Civil de Florianópolis, capital de Santa Catarina, pelo Executivo Municipal deu o que falar nos últimos dias em Cachoeira do Sul. A visita técnica ao gabinete da prefeita Angela Schuh ocorreu na quinta-feira passada. Segundo informações apuradas, a capital catarinense estava oferecendo assessoria técnica e humanitária, incluindo médicos, geólogos, engenheiros, mecânicos e equipamentos e peças de reposição para o maquinário pesado.

Mas, Cachoeira que não estava no roteiro da equipe, acabou entrando após um pedido do superintendente Samuel Vidal, cachoeirense e intermediado pelo Secretário de Turismo, Esporte e Lazer, Pedro Lopes, que é amigo pessoal do prefeito da capital catarinense, Topázio Neto.

No entanto, o que gerou polêmica, foi que mesmo cm a visita agendada há quase duas semanas, os catarinenses tomaram um "chá de banco" para serem atendidos no gabinete pela prefeita. Além disso, após serem atendidos foram rapidamente dispensados.

A equipe que possui especialização em desastres, socorros internacionais e palestras na ONU, trouxe para Cachoeira 100 toneladas de alimentos, roupas e ração para pets. Até então todas as carretas carregadas de ajuda intermediadas por Pedro Lopes que chegaram em Cachoeira são oriundas de Santa Catarina.

Outro ponto criticado teria sido a ausência do Superintendente da Defesa Civil de Cachoeira, Edson das Neves Júnior, para receber a equipe, o que segundo as más línguas, teria chateado Pedro Lopes e até mesmo, causado o seu pedido de exoneração ocorrido nesta segunda-feira, 27 de maio.

Para saber mais sobre o assunto, o Fatos 24h entrou em contato com Edson, que em entrevista justificou que mesmo sabendo que chegaria ajuda humanitária de Florianópolis, por ter uma equipe mais reduzida e muita demanda no momento, com cerca de 50 a 60 famílias para atender de forma emergencial, enfatizou que não pôde estar presente no momento por justamente estar atuando na linha de frente, prestando toda a assistência necessária para, inclusive realizando a remoção de famílias que corriam risco de serem atingidas pelas cheias e deslizamentos.

Por essa razão, Junior afirma que não conseguiu receber a equipe. "Somos todos muito gratos a todas as doações recebidas. São de extrema importância e necessidade, mas a prioridade minha e da equipe são as situações de campo, pois prezamos pelo papel mais importante da Defesa Civil que é garantir a segurança e a dignidade dessas famílias atingidas. Penso dia e noite em quem terá que recomeçar do zero. Temos mais de três mil cachoeirenses diretamente atingidos, a situação é complexa, de cadastramento, de segurança, acomodação, e com isso, a falta de tempo é evidente, bem como o desgaste físico e emocional", ressaltou.

Para Junior, essa questão de receber ajuda ou não é uma decisão política, na qual ele não preferiu participar.

INTENÇÃO DE DESLIGAMENTO DE JUNIOR NÃO É DE AGORA

Edson afirma que o seu pedido de exoneração já havia sido proferido em janeiro deste ano para a prefeita Angela Schuh. "O meu pedido de desligamento não é de agora, já estava tratando com a prefeita desde o início do ano, pois minha intenção era me desligar da Prefeitura para tratar de questões pessoais. No entanto, o assunto veio à tona agora e estão ligando esse fato com o da minha ausência na visita da equipe catarinense", disse.

O desligamento deve ocorrer em breve, como já anunciado por Junior, mas foi convencido a ficar pela prefeita levando em conta a atual situação de calamidade do município, que ele considera como "Cenário de Guerra". "Mesmo com os meus planos firmados de me desligar até o meio desse ano, fui prudente e resolvi ficar, pois acredito que o Município precisa de apoio nesse momento mais do que nunca. Agradeço muito à iniciativa privada e aos voluntários que ajudaram e continuam ajudando a nossa Cachoeira. Recebemos ajuda de muitas cidades, técnicos, entidades e voluntários", frisou Junior.

"Todos podem auxiliar, comuniquei em janeiro e março que pretendia me afastar antes de junho por projetos pessoais. A Prefeita solicitou que ficasse em razão da situação caótica que estamos enfrentando e a continuidade dos processos já em andamento. Neste momento todo tempo que temos estamos focados integralmente em enviar os processos e cadastros das pessoas desabrigadas e desalojadas para acessar os recursos disponíveis", finalizou.

Imagem: Arquivo.