Empresário cachoeirense Pedro Lopes participa de evento de logística no Peru

O empresário cachoeirense Pedro Lopes, presidente de honra da Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas (ABTC), participou da 40ª Assembleia Geral Ordinária da CIT, que ocorreu na cidade de Lima, no Peru. O evento de três dias se encerrou nesta sexta-feira. A Câmara Internacional da Indústria de Transportes (CIT) é uma associação com estrutura e abrangência internacional, com mais de 40 países membros, que tem como objetivo primordial defender e zelar pelos interesses dos transportadores e de suas entidades representativas.

Focado nos desafios que Cachoeira do Sul tem para preparar-se para o futuro ele faz um alerta às lideranças locais quanto à discussão entre Brasil e China sobre a implantação do Corredor Bioceânico Brasil-Peru: "Toda a carga produzida na área central do País será escoada por essa infraestrutura caso os investimentos necessários sejam concretizados", observa Lopes, confirmando o que disse há duas semanas o palestrante da reunião-almoço do projeto Cacisc ao Meio-dia, Rodrigo Vilaça, especialista em logística e Transporte Ferroviário, seu amigo de longa data.

“Lá para cima os outros estados estão correndo a mil por hora para não ficar de fora desta mega obra. Está mais do que na hora de Cachoeira do Sul se mexer para literalmente, não perder o trem da história”, alerta Pedro Lopes que ficou impressionado com a estrutura do novo porto de Chancay, no Peru, inaugurado em novembro de 2024.

De acordo com Lopes, trata-se de um megaporto automatizado e com foco em tecnologia, que visa se tornar um hub logístico para a América do Sul. O porto, financiado e construído pela China, está localizado 80 km ao norte de Lima e tem como objetivo facilitar o transporte de mercadorias entre a China e a América do Sul.

FERROVIA NORTE-SUL

A Ferrovia Norte-Sul (FNS) é um projeto de ferrovia em fase de expansão que prevê a construção de um trecho entre Chapecó, em Santa Catarina, e Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Este trecho faz parte da Ferrovia Norte-Sul (FNS), que visa interligar as regiões Norte e Sul do Brasil, com objetivo de facilitar o transporte de cargas e estimular o desenvolvimento econômico. “Cachoeira do Sul deve utilizar toda sua capacidade de mobilização política para ser incluída no traçado”, frisa Pedro Lopes.

Conforme explica ele, o complexo portuário peruano e a Ferrovia Norte-Sul são projetos de infraestrutura que podem ter um impacto significativo no comércio e na logística entre o Brasil e a Ásia. O porto de Chancay, visa facilitar o comércio com a Ásia, enquanto a ferrovia Norte-Sul, ainda em projeto, pretende interligar o Brasil ao porto peruano.

DUAS PERGUNTAS

Por que Cachoeira deve brigar pela inclusão no traçado da Ferrovia Norte-Sul?

No evento, foram abordados os desafios e potencialidades das fronteiras terrestres. É preciso enxergarmos a importância da nossa cidade como um dos pontos dos corredores-chave para o comércio e transporte internacional, sendo imprescindível trabalhar-mos por essa integração e agilização.

Qual o diferencial do porto de Chancay?

O porto utiliza câmeras de controle remoto e sistemas operacionais inteligentes para otimizar as operações de içamento de contêineres, com capacidade para receber navios de até 24 mil contêineres. A estrutura fortalece a presença chinesa na América Latina, representando um novo capítulo nas relações comerciais entre a China e a América do Sul.

IMPORTANTE

A ligação bioceânica é um grande sonho do Brasil. Essa ferrovia chegando ao Pacífico vai reduzir o tempo em cerca de 10 dias para os navios que se dirigem da costa brasileira à Ásia para entregar os produtos brasileiros. O Brasil exporta 350 bilhões de dólares todos os anos e mais de um terço desse valor se destina à China.

POR DENTRO

O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte da capital peruana, Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões).

Lopes no porto de Chancay: automatização e capacidade chamaram a atenção do empresário cachoeirense/DIVULGAÇÃO